De software dedicado exclusivamente ao gerenciamento de produção, a um sistema integrado também para negócios. É a evolução do Manufacturing Execution System, ou MES, para a indústria têxtil em particular. Uma evolução também destacada pela MESA, a principal associação dos EUA que desenvolveu modelos diferentes ao longo dos anos para oferecer padrões homogêneos e compartilhados sobre a funcionalidade de um MES. A interconexão de hoje, especialmente com sistemas de gerenciamento, encontrou terreno fértil no paradigma da Indústria 4.0, no qual as plantas, através de sensores "inteligentes", comunicam dados e informações ao gerenciamento, derivando-os do mesmo fluxo de informações governado pelo MES. Seu papel, portanto, na indústria de vestuário têxtil de hoje deve ser inserido dentro de uma arquitetura modular que, como um todo, contribui para fornecer uma visão em tempo real do estado da arte das atividades de fabricação.
O ponto de conexão entre o software de gerenciamento e o MES é representado pelo plano de produção principal ou MPS (Master Production Schedule), o documento que a empresa deve elaborar cada vez para planejar a quantidade de peças a serem produzidas em um determinado período de tempo e a ordem da mesma produção é lançada para respeitar as datas de entrega. O MES transfere as linhas gerais para cada máquina na planta, programando o lead time com base em um modelo que leva em conta a carga de trabalho e os recursos necessários. No caso de parte deste trabalho ser terceirizado para confecções e lavanderias, o MES para a indústria têxtil garante a rastreabilidade das fases de produção envolvendo subcontratação, geralmente através do uso de códigos de barras ou etiquetas RFID. Além disso, não se limita a aplicar critérios sempre uniformes, mas permite simular mudanças no calendário, incluindo qualquer alteração que teste a capacidade do maquinário e capital humano empregados em plena capacidade.
A outra função essencial do MES é o controle de avançamento da produção simultaneamente de vários locais, com diferentes métodos dependendo das peculiaridades do software. Em algumas versões evoluídas, por exemplo, a ficha técnica é disponibilizada de forma on-line de modo a permitir um exame constante da correspondência das operações realizadas em relação ao resultado esperado. Nesta fase segue-se a fase de testes, na qual o MES é capaz de identificar quaisquer não-conformidades (o chamado “batismo de defeitos”), implementando assim uma verificação da qualidade pontual, antes que a peça saia da cadeia, e fazendo o reparo eventual quando possível. É importante notar que, na ausência de um MES com essas características, um produto com imperfeições que chega ao cliente ou nos circuitos de vendas, contribui para gerar os fenômenos do retorno e das segundas qualidades, com aumento dos custos de gestão e perda significativa nos ganhos.
Finalmente, o MES, precisamente porque é uma parte de um ecossistema mais amplo que preside a otimização de processos nas indústrias de vestuário têxtil, realiza a tarefa de coletar dados para monitorar o desempenho de cada linha de produção e da fábrica como um todo. O monitoramento pode ocorrer in media res, enquanto a produção está em andamento, ou pode se concentrar em um período específico para analisar o desempenho de uma planta, um departamento ou da fábrica inteira. Os dados assim coletados, cruzados com aqueles provenientes de outras áreas da empresa (logística, marketing, finanças), podem fluir para um módulo especial de Business Intelligence, com o qual se suportam decisões-chave com base na integridade das informações. Este último aspecto deixa claro por que hoje um MES para a indústria têxtil não cobre apenas a tarefa tradicional de gerenciar operações de produção, mas também coopera na definição de uma estratégia capaz de tornar toda a cadeia de fornecimento mais eficiente. É por isso que o advento da Indústria 4.0 transformou-a em uma ferramenta indispensável para o benefício da fábrica inteligente.